13 fevereiro 2015

Carta do ano 2070 - Reflitam


Desde criança que leio e ouço nos noticiários a importância da água, como devemos valorizá-la e evitar desperdícios, como nordestina então, somos um povo sofrido devido a escassez do nosso sertão, desde novos aprendemos a viver com pouca água, a tratamos como ouro, vivenciamos a várias secas e uma das piores foi a seca de 1915, cresci... já estou com quase quarenta anos, e hoje estou me deparando com uma triste realidade, seca no Sudeste, aqui no Nordeste já não há inverno há mais de quatro anos, estamos brincando com os fatos, o planeta está sangrando e não estamos dando o real valor a situação.
Hoje um aluno me mostrou um vídeo que fala de uma "Carta do ano 2070", fiquei chocada com o que ouvi, refleti...e decidi repassar este para todos refletirem também.




"Estamos em 2070 e acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém com 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.
Recordo quando tinha cinco anos. Tudo era diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro...
Agora usamos toalhas de azeite mineral para limpar a pele.
Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras. Agora, devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água.
Antes, o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje, os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDE DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava - pensávamos que a água jamais podia acabar. 
Agora, todos os rios, barragens, lagos e mantos aquíferos estão Irreversivelmente contaminados ou esgotados. Antes, a quantidade de água indicada como ideal para beber eram oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. 
A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo e tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado já que as redes de esgotos não se usam por falta de água.
A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele provocadas pelos raios ultravioletas que já não tem a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. As infecções gastrointestinais, enfermidades da pele e  das vias urinárias são as principais causas de morte.
As indústrias estão paralisadas e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são as principais fontes de emprego e pagam-nos em água potável os salários.
Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressequidade da pele, uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40. A idade média é de 35 anos.
Os cientistas investigam, mas não parece haver solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores e isso ajuda a diminuir o coeficiente intelectual das novas gerações.
Alterou-se também a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos e como consequencia há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações.
O governo cobra-nos pelo ar que respiramos (137m³ por dia por habitante adulto). As pessoas que não podem pagar são retiradas das "zonas ventiladas".
Estas estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam a energia solar. Embora não sendo de boa qualidade, pode-se respirar. 
Em alguns países existem manchas de vegetação normalmente perto de um rio, que é fortemente vigiado pelo exército. A água tornou-se num tesouro muito cobiçado - mais do que o ouro ou os diamantes. 
Aqui não há árvores porque quase nunca chove e quando se registra precipitação, é chuva ácida. As estações do ano tem sido severamente alteradas pelos testes atômicos e pelas indústrias contaminadas do século XX.
Advertiam-nos que devíamos cuidar do meio ambiente e ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente.
Ela pergunta-me: Papai, porque acabou a água?
Então, sinto um nó na garganta; não deixo de me sentir culpado, porque pertenço à geração que foi destruindo o meio ambiente ou simplesmente não levamos em conta tantos avisos. Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.
Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto, quando ainda podíamos fazer algo para salvar ao nosso Planeta Terra!"

Da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos" de abril de 2002.

Será que daqui 50 anos o nosso planeta será o mesmo se continuarmos a agredi-lo?
Como será a existência da fauna e da flora?
Como será a existência humana?
Tenho que fazer mais, conscientizar mais pessoas, mobilizar meus familiares, alunos, vizinhos, sacudi a sociedade que anda sonambula com a triste realidade que nosso planeta se encontra atualmente.

Tatiana Sampaio 




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